sexta-feira, 28 de maio de 2010

Caminhando na lua

Hoje,
me sinto vivo.
Como há muito tempo não sentia.

As palavras embaralhadas voam no ar e estão legíveis a olho nu. Agora posso decifrá-las claramente e encontrar um sentido para as coisas que já perderam todo o sentido. Como é bom caminhar sobre a lua, que de longe parece ser feita de queijo.
Muitos não imaginam como esse astro tem um papel importante na terra, pois além de influenciar o mar e as estações, ainda sacode as emoções.

Sempre distraído,
eu o observava de longe, distante em pensamentos e me apaixonando a cada olhar. Suas fases têm belezas diferentes e se tornaram fonte de minha inspiração. Principalmente em noites que o reflexo dançava em meio as ondas do mar.

Fui me despedindo da terra, de carona ao vento, e aos poucos saindo fora de órbita. Foi como se por um momento eu fosse purificado e escapasse do mundo das ilusões. Os desejos eram brisas passageiras como chuva de verão, e eu estava estático, não conseguia me mover, pois acima das nuvens tudo é diferente.

Como sempre sonhei, finalmente pude tocar o céu. Descobri que realmente algumas estrelas que observamos da terra não existem mais. No entanto, o brilho de muitas ainda reluz pelo universo e encanta corações há anos luz de distância.

Viajei numa estrela cadente;
e por onde eu passava todos faziam seus pedidos mais profundos.
Conheci novas constelações e acabei encontrando uma em especial, que tinha o desenho do teu rosto e que agora tem o seu nome.

A gravidade me tirava do chão e me arrancava o peso da alma. Na velocidade da luz me aproximei dos planetas e mergulhei no espaço síderal. Fui desviando de cometas e asteróides observando novas galáxias. Cruzei o universo, mas foi num espaço de tempo, que procurei um meio de voltar ao passado, pois só queria ter a chance de organizar as palavras mal ditas e dizer tudo que um dia precisava ser dito.

Senti o oxigênio acabando e a estrela diminuindo a velocidade. Quando percebi, comecei a cair numa queda livre de volta para a Terra. Logo abri meu guarda-chuva e fui pousando lentamente. Agora estou mais vivo do que nunca. Com os pés no chão, mas sempre com a cabeça acima das nuvens, perto da lua.

2 comentários:

  1. Belo texto Jhow!!! Lunático, melhor dizendo.
    A estressante correria de nosso dia-a-dia nos reserva, às vezes, momenos como esse - de estarmos ora na terra ora na lua, ou sofrendo com as injustiças do mundo ou procurando refúgio em nosso imaginário.
    Continuemos alimentando nossos sonhos, sem darmos importância para quem desdenha de nossas loucuras!

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  2. Gercito, descobri que o comentário lá no Re-versos era seu. Eu não sabia desse seu refúgio aqui.
    Ainda bem que existe esse esquema de seguir os blogs, porque minha memória é verdadeiramente um caos.

    Grande Beijo!

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