sexta-feira, 23 de abril de 2010

Longe demais

Em toda minha vida sempre acabei indo longe demais. Escorreguei por entre encanamentos numa jornada sem fim. Enquanto navegava com meu barco sobre poças de água encontrei o esconderijo do amor. Ele estava num beco sem saída, num caminho escuro e estreito, aonde não se podia enxergar quase nada.

Não consigo descrevê-lo, pois ele não tem forma, nem tamanho, nem aparência ou sentido, só é apenas pensamento sem razão.
Talvez eu seja louco em dizer que o conheci. Mas em fim, um dia ele cruzou meu caminho. Sussurrava aos meus ouvidos palavras difíceis de entender com uma voz serena e tranquila.

Asseguro-lhes, que o mistério faz parte de sua magia.
Só pude alcança-lo depois de atravessar abrigos nebulosos.

Durante a aventura travei batalhas com monstros terríveis;
Libertei princesas de castelos,
quebrei encantos,
vivi amores eternos.

Nas noites frias dormia pensando neles;
Só queria repousar num ninho e me aquecer novamente.
Percorri uma estrada que parecia não ter fim e suas curvas me excitavam a correr cada vez mais.

Quando percebi, já estava longe demais.
Me distanciei tanto de mim caminhando por vielas sem direção, que me perdi no tempo. Apenas sinto falta das coisas que já não posso tocar, das coisas que não estão ao alcance de minhas mãos, que não fazem parte do mundo da matéria.

São sentimentos e sensações que se enroscaram no véu do esquecimento.

2 comentários:

  1. Uau! Você escreve demais Gerson...dá pra sentir exatamente o que você quer dizer, tocar teus pensamentos.
    Sem palavras cara..
    Parabéns!
    beijos

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  2. concordo totalmente com a Thay..
    muito bom!

    bjon! ;)

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